Tuesday, July 07, 2009

GUERRAS RELIGIOSAS

AS GUERRAS NAS RELIGIÕES E O DEUS DE PAZ


É urgente reconhecermos a responsabilidade das religiões, e especificamente do cristianismo por esse clima de violência que o mundo respira. Na realidade atual, das guerras que infestam o mundo, mais da metade tem motivações religiosas. Em Israel, judeus e islamitas; no sul da índia, hindus e muçulmanos; na Argélia, muçulmanos fundamentalistas contra os moderados; na Irlanda, protestantes e católicos, etc. As religiões que deveriam fomentar a paz, tem sido inspiradoras de violência. Se hoje é assim, na história foi pior. Quantos crimes se cometeram em nome de Deus. Em 1572, na famosa “Noite de São Bartolomeu”, que se prolongou por mais dois dias, os católicos assassinaram aproximadamente 70.000 pessoas, protestantes ou suspeita de ser colaboradores. Em Roma, o papa Gregório XII, celebrou um culto de ação de graça pelo feito.
Para a maioria das pessoas, a fidelidade à sua fé se verifica pelo combate a todos os que professam a fé de modo diferente. No Brasil, até poucos anos ainda se discriminavam protestantes, e há quem ainda veja as religiões afro-brasileiras como coisas do demônio. Quem anda pelo interior do Brasil, percebe a diversidade cultural e religiosa do povo. Pode também ver que as igrejas não se educaram ainda para conviver com esse pluralismo. Aqui e ali, as guerras religiosas continuam e ainda será necessário que se estabeleçam as bases para que católicos e evangélicos (e até mesmo evangélicos com evangélicos), cristãos e não-cristãos assinem um novo e mais amplo “Tratado de Paz”
O fundamentalismo é uma doença que surgiu no cristianismo e hoje se espalha por todas as religiões do mundo. Os fundamentalistas acreditam que somente eles interpretam corretamente as Escrituras e que Deus lhes confiou a missão de salvar a verdadeira religião dos inimigos que a ameaçam. Foi assim que, no tempo do nazismo, muitos religiosos sinceros concordaram que se mandassem os judeus, ciganos e Testemunhas de Jeová para os campos de extermínios. Cada vez que, numa cidade grande ou num pequeno vilarejo, um padre acha que só os católicos tem o direito de expressar a sua fé, ele está no mesmo caminho da intolerância e da guerra religiosa. Da mesma forma, quando um pastor pentecostal pensa que a fé se transmite aos gritos, e quanto mais ruidosa a assembléia mais anuncia o Evangelho, corre o risco de testemunhar um Deus intransigente, completamente oposto ao modo de Jesus se aproximar das pessoas.
Hoje, muita gente sente no coração o desejo de aprofundar uma vida interior e quer trilhar o caminho da fé. Mas tem dificuldade de aceitar o peso das estruturas religiosas. A maioria que se engaja numa igreja, o faz porque sabe que precisa do apoio de uma comunidade para viver a sua fé, e avançar no caminho de Deus. Mas de fato, a espiritualidade, ou seja, uma vida inspirada e conduzida pelo Espírito de Deus, existe em todas as religiões e pode se desenvolver também para além de qualquer uma delas, pois não depende das estruturas humanas mas da busca perseverante desse Deus de paz. Deus não assinou contrato de exclusividade com nenhum grupo e nem é prioridade de ninguém. A Bíblia revela que “o Eterno habita numa luz inacessível e a Ele homem algum jamais viu, nem é capaz de ver” (I Tm.6:16). Por outro lado, afirma que “Deus é amor e toda pessoa que ama, conhece a Deus e vive com Ele” (I Jo.4:16).
Deus é mistério. O que as religiões dizem e ensinam sobre Deus, é uma aproximação parcial. Jesus só falou do Pai e do Reino de Deus em parábolas. Por isso, precisamos ter humildade no modo de falar de Deus. Não somos donos dele. Se somos amorosos e humildes, Ele é quem nos possui. Estamos todos no caminho escuro da fé. A própria palavra da Bíblia é, para quem nela crê, “uma lâmpada que brilha num lugar escuro, até que o dia clareie e o sol brilhe direto em nossos corações” (II Pe.1:19). Quando à noite, andamos em um caminho escuro, uma pequena lanterna nos pode ajudar muito a não pisar na lama e não errar o caminho. Mas é uma lanterna e não um farol. Deus quis assim: a sua própria Palavra, que é Luz para os nossos caminhos e alegria para o nosso coração. É também uma palavra humana e, por isso, limitada, como cremos que o Filho de Deus se fez carne em Jesus, com limitações humanas.
O Evangelho conta que Jesus elogiou a fé confiante da mulher fenícia, que ao que tudo indica, tinha uma religião diferente da judaica, na qual Ele, Jesus, foi educado. O Senhor aceitou curar o servo do oficial romano de Cafernaum, encontrou a mulher samaritana, inimigos de Israel, e disse a ela, que mesmo que a salvação vinha dos judeus, chegou a hora em que o culto de Deus não ficaria restrito nem em Jerusalém nem em Samaria, pois “Deus é espírito, e convinha que seus adoradores o adorassem em espírito e em verdade” (Jo.4:23).
De fato, tanto no mundo como no interior dos templos, onde Deus se revela, as armas de guerra são transformadas em foices e enxadas para lavrar a terra e produzir frutos. Hoje, os líderes das religiões e ministros das igrejas cristãs, como também o papa, insistem: “Nenhuma guerra é santa ou justa. Só a paz é um caminho justo para a humanidade. A paz é um dos nomes de Deus” (Is. 9:6).

Deus abençoe!
Jeter

2 comments:

  1. obs: não acredito em post's sujeitos a censura prévia, assim não tenho certeza que o sr. deixará publicar meu comentário, pois, onde à censura não há liberdade de expressão ou pensamento, como em uma ditadura, mas se o fizer, esclareça seu ponto de vista para que fique claro sua posição e entendimento a respeito dos temas, para que não pairem dúvidas, pois são temas relevantes no que se refere ao caminho da salvação, pois como nos ensina as escrituras " à caminhos que levam a morte" .
    Fique com Deus.
    Roberto.

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  2. Saudações!
    Obrigado pelo comentário.
    Na verdade o que eu quiz transmitir, é que somente o amor de Deus salva. Querendo ou não, a religião tende a deixar as pessoas fanáticas, e elas não conseguem ver a essência da salvação.
    Que Deus nos ajude!

    Jeter

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